6ª sessão do ciclo «Abraça o presente: Juntos por um caminho novo»
O Doutor Alexandre Duarte começou por referir que a sinodalidade é um termo de uso recente em contexto católico, não se sabendo ainda bem o que teologicamente significa. Estabeleceu depois um paralelismo entre o discernimento no contexto da identidade e da missão da Companhia de Jesus e o discernimento para se viver na Igreja querido pelo Papa Francisco, salientando os critérios messiânicos de Jesus pelos quais sabemos se estamos alinhados com uma Igreja como Cristo a deseja, a saber: a pobreza ou a riqueza do amor; a humildade ou o poder do amor; o serviço ou a liberdade do amor.
Fazendo a transposição para o contexto atual, pôde afirmar que «o discernimento em contexto sinodal é a lenta e consciente construção – em conjunto com uma criativa e multifacetada participação de todos que sabem fazer com solidez um discernimento espiritual dos espíritos – de uma constante disposição de se ir, por vezes em simultâneo, vendo os traços que evidenciam qual a direção em que o Espírito nos deseja conduzir para sermos uma Igreja mais crística». O discernimento consiste em «separar as águas na ousadia dos filhos de Deus e na comunhão para o serviço».
Na parte final da sua exposição, o Doutor Alexandre Duarte deteve-se nas etapas básicas de um discernimento em sentido sinodal, elencadas em 11 aspetos: a formulação precisa do que se deseja debater; o desapego dos apeteceres próprios; o colocar-se na presença de Deus, na oração e na Eucaristia; O labor de discernimento individual enquanto a comunidade cresce em disponibilidade evangélica; a eventual reformulação do que se deseja debater; a partilha das razões e das motivações; o silêncio e a reflexão orante sobre o dito; o diálogo aberto sobre o dito, focado nas razões mais conformes às opções messiânicas de Jesus; a escolha do que parecer o melhor; a Eucaristia em que se pede a confirmação da escolha; a entrega da decisão ao superior, a ser acolhida com humildade obediente.
Concluída a exposição, seguiu-se um tempo de observações e perguntas por parte dos participantes, que permitiram ao orador acrescentar alguns aspetos, clarificar outros e aproximar a abordagem do tema às inquietações dos que se fizeram presentes na sessão.
O ciclo conclui-se a 6 de junho com uma sessão dedicada ao tema «Famílias acolhedoras de famílias», preparado e orientado pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar.