«Educar é sempre um ato de esperança» (Francisco): Educação e humanização

Na noite de 11 de março de 2025, realizou-se por videoconferência mais uma sessão do ciclo «Peregrinos de esperança», organizado pelo Centro de Cultura Católica e pelo diaconado permanente portucalense, com a colaboração com alguns secretariados e organismos diocesanos, em sintonia com o Plano Diocesano de Pastoral 2024/2025. Esta sessão contou particularmente com o envolvimento do Secretariado Diocesano de Educação Moral e Religiosa Católica.

Numa sessão muito participada, que contou com 132 dispositivos informáticos ligados, Carlos Meneses Moreira, doutor em teologia, que se dedica à educação religiosa escolar e é diretor do referido Secretariado Diocesano, abordou o tema «“Educar é sempre um ato de esperança” (Francisco): Educação e humanização». Trata-se de um tema em perfeita sintonia com o mencionado Plano Diocesano de Pastoral que, entre as ações pastorais para «reanimar a esperança», aponta: «Fazer da educação um ato de esperança e educar para a esperança, numa aliança entre todas as componentes da pessoa: entre estudo e vida; entre gerações (SNC, n.º 14); entre  professores, estudantes, famílias e sociedade civil, de acordo com as suas expressões intelectuais, científicas, artísticas, desportivas, políticas, empreendedoras e solidárias».

O conferencista propôs-se apresentar o tema em quatro aspetos: o que é educar; educação ecossistemática; pensar a educação (uma cronologia); contributos do magistério de Francisco. Na aproximação ao conceito de educação, referiu que educar é contribuir para o processo de humanização da pessoa, mediante um projeto e processo de formação continuada, sequencial e progressiva, ao longo da vida e das fases da sua existência.

No percurso cronológico que empreendeu pelo pensar a educação, partiu dos objetivos do desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da ONU, que remonta a 2015, passando desde então por um conjunto de momentos e documentos, em que se destaca o lançamento, em 2019, do Pacto Educativo Global, um apelo do Papa Francisco em ordem a uma educação humanista e solidária, como modo de transformar a sociedade. Pôde assim reconhecer que os objetivos do desenvolvimento sustentável apresentam elementos muito próximos do pensamento de Francisco, designadamente o que se expressa em documentos como a Laudato si’ e a Fratelli tutti. De facto, a educação é um dos caminhos mais importantes para humanizar o mundo e a história.

A concluir, Carlos Meneses Moreira teve oportunidade de referir que a esperança cristã tem consequências educativas e que nos é pedida audácia para ultrapassar visões extrínsecas aos processos educativos e superar simplificações ligadas aos resultados e à utilidade, que confundem educação com instrução e resultam na fragmentação das nossas culturas. Impõe-se antes a procura de uma cultura integral e participava, ancorada numa antropologia sadia. Por fim, deixou um conjunto de elementos, a partir da mensagem de Francisco para a Quaresma, que podem ajudar a responder à questão: «O que significa ter esperança na educação e caminhar juntos nessa esperança?».

Finda a comunicação, houve tempo para o habitual diálogo com o conferencista a partir de um conjunto de perguntas e observações que os participantes formularam.

Depois de um tempo de interregno, resultante do calendário específico do diaconado permanente, a próxima sessão do ciclo, a realizar também por videoconferência, está agendada para 3 de junho, às 21 horas. Adélio Fernando Abreu, diretor do Centro de Cultura Católica e docente da Faculdade de Teologia, aborda o tema «A memória de uma Igreja sinodal: No 17º centenário do I Concílio de Niceia».

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