História

O Centro de Cultura Católica do Porto, a funcionar na Casa da Torre da Marca desde o seu início, conta já com cinco décadas ao serviço da formação do povo de Deus da diocese do Porto. A criação remonta ao ano de 1964 e nas intenções do administrador apostólico D. Florentino de Andrade e Silva estava a constituição de «um centro de irradiação de cultura católica, principalmente para o laicado». O Centro beneficiou do ambiente entusiástico do II Concílio do Vaticano e serviu, a renovação da Igreja diocesana no espírito conciliar.
A partir da fundação, foram desenvolvidas várias iniciativas: o Curso Superior de Cultura Religiosa, chamado Curso de Teologia a partir de 1975, que depois convergiria no Curso Básico de Teologia e no Curso Básico de Ciências Religiosas, este como complemente de habilitações para a docência de Educação Moral e Religiosa Católica; os cursos especiais iniciados em 1965/66, sobre temáticas precisas, lecionados numa noite por semana; os cursos intensivos realizados aos fins de semana, a partir de 1969/70; os cursos de iniciação pastoral levados a efeito em várias paróquias durante a quaresma entre 1969 e 1973; os serões bíblicos das noites de quinta-feira entre 1975 e 1981; vários ciclos de conferências e colóquios com a participação de nomes bem conhecidos ligados à investigação teológica, como E. Schillebeeckx, H. Küng, B. Häring, J. Daniélou, entre outros. Integraram também as atividades da casa os Cursos Geral e Complementar de Formação de Catequistas e, a partir de 1971, o Curso de Música Litúrgica, da responsabilidade respetivamente do Secretariado Diocesano da Educação Cristã e do Serviço Diocesano de Música Litúrgica.

No seguimento destas iniciativas que enriquecem a história do Centro e ajudaram muitos fiéis a crescer na fé, o Centro de Cultura Católica sofreu a partir de 2001/2002 um processo de reformulação. Acompanhada por obras de recuperação e adaptação do edifício, esta reformulação passou pela integração da Escola Diocesana de Ministérios Litúrgicos que até então funcionava nas instalações do Seminário Maior do Porto, dirigida pelo Secretariado Diocesano da Liturgia; pelo desenvolvimento de várias iniciativas de formação, articuladas com os diferentes secretariados diocesanos, de modo a ir ao encontro das necessidades da catequese, da pastoral juvenil, familiar e vocacional; pela cessação do Curso Básico de Ciências Religiosas – esta formação foi transferida para a Faculdade de Teologia da Universidade Católica – e pela manutenção da estrutura essencial do Curso Básico de Teologia, que passou também a servir de tronco comum às diversas iniciativas formativas.

O Centro de Cultura Católica passou então a lecionar o Curso Básico de Teologia, o Curso de Animadores de Pastoral de Jovens, o Curso Complementar de Formação de Catequistas e as várias valências da Escola Diocesana de Ministérios Litúrgicos: Leitores, Acólitos, Animadores de Celebrações Dominicais na Ausência do Presbítero e Músicos para a liturgia (Preparatório, Geral e Salmistas). Para funcionar em 2003/2004, foi pensado, em conjunto com o respetivo Secretariado Diocesano, o Curso de Pastoral Familiar, aproveitando o plano de estudos do Curso Básico e acrescentando-lhe uma cadeira bienal de Pastoral Familiar. Nesse mesmo ano foi introduzido o Curso de Animadores das Assembleias Dominicais na Ausência do Presbítero. Em 2004/2005, abriu o Curso de Pastoral da Saúde, numa organização conjunta do Centro e do Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde, com o suporte científico do Centro de Humanización de la Salud de Madrid, dirigido pelos religiosos camilianos, seguindo-se-lhe outras propostas formativas na mesma área, a última das quais o Curso Pastoral da fragilidade, entre fevereiro e junho de 2018.

Aconteceram posteriormente mais alguns reajustamentos, com a suspensão dos Cursos de Animadores de Pastoral de Jovens (2005/2006), de Animadores de Celebrações Dominicais na Ausência do Presbítero (2006/2007) e de Pastoral Familiar (2007/2008), e com a reformulação curricular do Curso Básico de Teologia e do Curso Complementar de Formação de Catequistas (2005/2006). Um novo reajuste se deu no currículo do Curso Básico de Teologia em 2008/2009, para que correspondesse às exigências de formação teológica para o diaconado permanente. A relação da formação do diaconado permanente com o Centro também facilitou, a partir de 2012, a realização de ciclos temáticos, programados em sintonia com as prioridades da Igreja universal ou da Igreja diocesana. O Centro acolheu e acolhe também algumas atividades de outras instituições, entre as quais a Comissão Diocesana para o Ecumenismo e a Fundação Spes.

O pedido de formação por parte das instâncias diocesanas de corresponsabilidade pastoral, a insistência para que também se usassem as ferramentas de formação à distância e a decisão do bispo do Porto de avançar com os ministérios instituídos de Acólito, Leitor e Catequista trouxeram novos desafios aos Centro em 2023/2024. No seguimento da decisão do papa Francisco de alargar às mulheres os ministérios instituídos de Acólito e Leitor e de criar o ministério de catequista, bem como do documento da Conferência Episcopal Portuguesa Ministérios laicais para uma Igreja ministerial (junho de 2022), D. Manuel Linda, bispo do Porto, publicou a nota pastoral Ministérios instituídos na Igreja do Porto (29 de maio de 2023)pela qual convida «a Igreja diocesana a dar um passo determinado na implementação efetiva dos ministérios laicais instituídos de leitores, acólitos e catequistas» e indicou como conveniente formação «os programas da Escola Diocesana de Ministérios Litúrgicos e do Curso Básico de Teologia do nosso Centro de Cultura Católica», em articulação «com o Secretariado Diocesano da Educação Cristã (para a Instituição de Catequistas) e com o Secretariado Diocesano de Liturgia (para os ministérios do Leitorado e do Acolitado)». O Centro ajustou assim, em diálogo com os referidos Secretariados, as suas propostas formativas já habituais no âmbito teológico-pastoral e da formação para os vários ministérios: o Curso Básico de Teologia passou a ser lecionado parcialmente em sala virtual; a parte curricular do Curso Complementar de Formação de Catequistas passou a coincidir com o plano de estudos do referido Curso Básico, incluindo aquele ainda a formação específica e o acompanhamento da prática catequética, sob orientação do Secretariado Diocesano da Educação Cristã; os planos de estudos dos Cursos de Acólitos e de Leitores foram ajustados para corresponderem aos conteúdos pedidos pelo documento da Conferência Episcopal Portuguesa.

Pela nota informativa Para uma revalorização do nosso Centro de Cultura Católica, de 16 de maio de 2024, D. Manuel Linda, bispo do Porto, informou que o Centro seria transferido para a Casa Diocesana de Vilar, depois das necessárias obras de adaptação, e que aí iniciaria o ano letivo 2024/2025. Realizada a mudança durante o mês de agosto de 2024, o CCC reabriu nas novas instalações a 2 de setembro.

Para uma visão mais completa da história do Centro de Cultura Católica até 2014, remetemos para o seguinte artigo, publicado por ocasião do seu cinquentenário:
Adélio Fernando ABREU, O Centro de Cultura Católica (1964-2014). 50 anos ao serviço da formação cristã na diocese do Porto, in Igreja Portucalense 2ª série n. 37 (2015) 216-228.

Relativamente ao Curso de Música Litúrgica, remetemos para dois textos de evocação no contexto do seu cinquentenário:
Agostinho PEDROSO, Evocação do Curso de Música Litúrgica no seu Cinquentenário, in Igreja Portucalense 2ª série n. 63 (2023) 157-159.
João da Silva PEIXOTO, Evocação do Curso de Música Litúrgica no seu Cinquentenário, in Igreja Portucalense 2ª série n. 63 (2023) 161-166.

Relativamente à Casa da Torre da Marca e ao seu serviço à diocese, remetemos para os seguintes artigos:
J. Godinho de LIMA, Casa da Torre da Marca, in Monumentos 14 (2001) 43-47.
João Afonso MACHADO, A Quinta da Boavista, também Torre dos Brandões ou Torre da Marca, como hoje é conhecida, in O Tripeiro 7ª série 22/1 (2003) 6-8.